Pular para o conteúdo principal

Entidades criticam Reunião Fechada sobre Investimentos na Educação



Os deputados da Comissão Especial criada pela Câmara para discutir o Plano Nacional de Educação (PNE) se reúnem nesta terça (10), com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para cobrar a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na Educação. O encontro, porém, não ocorrerá em audiência pública, no parlamento, como pleiteado inicialmente pelos deputados da Comissão, com o apoio das organizações da sociedade civil. Se dará no gabinete do ministro, a portas fechadas. E, por isso, já provoca protestos.
Em Carta Aberta, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação – coletivo que reúne mais de 200 entidades que representam trabalhadores, movimentos sociais e dirigentes municipais e estaduais da educação – afirma que “considera fundamental o envolvimento – ainda que tardio – da área econômica do Governo Federal no debate sobre o novo plano educacional”. Entretanto, define como “preocupante” o fato dos deputados irem ao gabinete do ministro para discutir o financiamento da educação, em vez de recebê-lo em audiência pública, aberta a toda a sociedade.
“O princípio político adotado pelo governo está equivocado. O ministro Mantega é que deveria ir à arena em que o debate está sendo travado. A ida dos parlamentares ao gabinete dele retira a possibilidade da sociedade acompanhar e intervir no debate, além de fragilizar o poder legislativo e o debate público sobre o tema”, afirmou à Carta Maior o coordenador da Campanha, Daniel Cara.
Ele recorda que o investimento dos 10% do PIB na Educação é um dos raros temas consensuais na sociedade, recebendo apoio dos setores mais diversos.
Além das entidades que integram a Campanha, ele destaca o posicionamento favorável aos 10% da União Nacional dos Estudantes (UNE), da Central Sindical e Popular Conlutas, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG). “Das mais de três mil emendas apresentadas durante a tramitação do PNE, apenas uma imputava percentual menor do que 10%”, exemplifica.
Cara ressalta, também, que vários estudos técnicos e pesquisas provam que o país pode investir o percentual na área. O Comunicado 124 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), intitulado “Financiamento da educação: necessidades e possibilidades” aponta, inclusive, soluções para aumentar a arrecadação e garantir os recursos necessários. “Se o governo decidir não investir os 10%, será uma decisão política e, por isso mesmo, o ministro precisa comunicá-la à sociedade”, reforça.
Para o coordenador, o governo evita o debate porque será obrigado a admitir que a União é o ente federado que menos investe em educação. “De cada R$ 1 investido na área, R$ 0,41 provém dos Estados, R$ 0,29, dos municípios e apenas R$ 0,20, da União. E, desse percentual da União, a maioria vai para a educação superior. Nós queremos que ela mantenha esse montante, mas também contribua mais com a educação básica”, esclarece Cara.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Revolta do buzu em Vitória da Conquista

Depois de 15 dias de muita mobilização estudantil, passeatas, ocupações, assembléias, movimento em frente às garagens, muito diálogo com a prefeitura, chegou ao fim no final da tarde do dia 22 de agosto a Revolta do Buzu de Vitória da Conquista, com mais de 90% das pautas atendidas. Foram alcançadas as seguintes conquistas: Meia passagem estudantil o ano todo, já a contar partir das próximas férias; Aumento e renovação da frota com acessibilidade para portadores de deficiência, o aumento imediato de 22 ônibus sendo 20 com acessibilidade para portadores de deficiência; Implantação imediata do bilhete único, trazendo significativa economia para quem precisa realizar mais de uma viagem ao seu destino final; Ampliação dos postos de recarga e venda de bilhete eletrônico e aumento no número de guichês nos postos já existentes; Implantação de câmeras de monitoramento no interior dos ônibus; Compromisso da prefeitura em não dar iniciativa ao aumento da tarifa de transporte durante o próximo ...

Nota de Repúdio a Ação Truculenta da PM contra Estudantes e Professores da FTC

“Nunca mais o despotismo Regerá nossas ações Com tiranos não combinam Brasileiros corações”  (Hino da Bahia)             Na manhã da última terça feira (04/06) a sociedade baiana foi surpreendida com a notícia da violenta repressão da Polícia Militar e sua Tropa de Choque ao dispersar uma manifestação pacífica dos estudantes do curso de medicina da FTC, com bombas de efeito moral, sprays de pimenta e balas de borracha.  A União dos Estudantes da Bahia reafirma seu total repúdio a esta ação da Tropa de Choque do Estado da Bahia, se solidariza e coloca-se inteiramente a disposição dos estudantes, professores e funcionários vítimas da truculência da Tropa de Choque. Desde 2007 a Bahia vive um período de consolidação da democracia e amadurecimento do diálogo entre os movimentos sociais e o Governo do  Estado, mantendo sempre sua autonomia, de modo que na nossa avaliação é incompatível tal postura da Tr...

Abaixo assinado 10% do PIB e 50% FS do Pré Sal Já

Para participar do Abaixo assinado click na imagem