No
último 03 de maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a
constitucionalidade de um benefício que atende hoje mais de um milhão de
estudantes. Com sete votos à favor e um contra, o Programa Universidade para
Todos (ProUni) foi considerado válido pelos ministros e tornou-se, a partir de
então, direito para todos estudantes que tenham cursado o ensino médio completo
em escola da rede pública, e também para negros, indígenas e pessoas portadoras
de necessidades especiais.
UNE
entende que é pelo combate eficaz a situações de desigualdade que se concretiza
a igualdade. Por isso, sempre acreditou no benefício como instrumento de
democratização do acesso às instituições de ensino. Para a entidade, o Brasil avança
com ações que visam o aumento de vagas nas universidades federais e a
distribuição de bolsas para pessoas que não teriam condições de pagar a
graduação.
O ProUni foi criado em 2005, pela Lei nº
11.096/2005, e tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais e
parciais a estudantes de cursos de graduação e de cursos sequenciais de
formação específica, em instituições privadas de educação superior. As
instituições que aderem ao programa recebem isenção de tributos.
A LUTA DE ONTEM
A
União Nacional dos Estudantes está presente nessa luta desde a gestão do
ex-presidente da UNE Gustavo Petta, que presidiu a entidadede 2003 a 2007 e
participou da idealização do programa. Quando o ProUni foi criado, a principal
crítica era a deque rebaixaria a qualidade dos cursos nas universidades.
Especulou-se que os alunos de baixa renda teriam dificuldade para acompanharem
as aulas e se manterem nas instituições.
“Sabemos,
hoje, que o resultado é mais que positivo. Ele é um dos principais mecanismos
para auxiliar a inclusão do jovem de baixa renda no ensino superior. Tivemos a
oportunidade de criar um programa que está mudando a cara da nossa
universidade”, explicou Petta, que também atuou ativamente em defesa da Reforma
do Ensino Superior.
Um
dos momentos mais expressivos dessa luta aconteceu no dia 14 de julho de 2011,
no II Encontro Nacionaldo Estudante Prounista e 52º Congresso da UNE. Grande
parte do público era composto por alunos que ingressaram na universidade graças
ao programa, desenvolvido e implantado na gestão de Lula em instituições
particulares de todo o país.
A
estudante e diretora da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP),
Vanessa Castilho, protagonizou um dos momentos mais marcantes do evento com a
leitura de uma carta que representava os prounistas de todo país. Vanessa
estuda medicina na Universidade 9 deJulho (UNINOVE) e é uma das milhares
beneficiadas pelo programa.
“Naquele
dia ficou visível o tamanho da transformação social que poderia ter um programa
de assistência. Foi emocionante poder compartilhar e representar os estudantes
prounistas do país. Lembro-me que Lula agradeceu a UNE pela iniciativa e pelo
apoio desde o início”, avaliou.
A LUTA DE HOJE
Atualmente,
a entidade realiza uma caravana promovendo encontros de prounistas por todo
Brasil. Os debates analisam o curso do programa desde a sua implantação, no ano
de 2005, até as diretrizes para manutenção e aperfeiçoamento da iniciativa.
Segundo
Daniel Iliescu, presidente da entidade, a entrada nos últimos anos demais de 1
milhão de jovens no programa é o grande mérito desse projeto. “Para nós, a
democratização do ensino no seu acesso e na sua permanência sempre foram eixos
importantes para fazer da educação um fator de desenvolvimento e emancipação
social. Somos da opinião de que a universidade é estratégica para o
desenvolvimento do país e de que o fortalecimento do seu caráter público é
fundamental para que a educação superior brasileira possa produzir
conhecimento”, avaliou o presidente, que ainda complementou:
“A
nossa convicção deve ser aperfeiçoada em seus detalhes para que possa se
expandir com qualidade e integridade, ampliando ainda mais os direitos e
oportunidades a outros milhões de estudantes de todo o Brasil”.
Para
a UNE, é importante assinalar queem um contexto de extrema desregulamentação do
ensino superior privado, como é o brasileiro, faz-se necessário a criação de um
sistema de assistência estudantil para os estudantes do Prouni com a garantia
de restaurantes, transporte e moradias universitárias, com recursos
orçamentários próprios.
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