Estudantes pedem renúncia do prefeito de Buenos Aires por ter privilegiado escolas particulares em detrimento das escolas públicas
Na noite de quinta-feira (16), uma marcha pelas ruas de Buenos Aires reforçou os protestos de estudantes que já duram um mês, com acampamentos em escolas por melhorias de infraestrutura, entre as quais reformas de tetos e banheiros, instalação de calefação e realização de obras de acessibilidade. A presidente Cristina Kirchner declarou apoio às manifestações estudantis, que têm como alvo principal o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri.
Desde as primeiras horas da noite de quinta-feira (16), milhares de estudantes secundários e universitários, além de professores, sindicalistas e representantes de vários partidos políticos, paralisaram Buenos Aires com uma gigantesca marcha que percorreu o centro da cidade e se concentrou diante da Casa Rosada, sede do governo argentino.
Levando bandeiras, estandartes e tocando tambores, os manifestantes reivindicaram a atenção da prefeitura e do governo argentinos para reformas físicas nos estabelecimentos estudantis e a melhoria dos salários dos professores, além de escola pública gratuita para todos.
Favorecimento do ensino privado em detrimento do público
Os estudantes exigem a renúncia do prefeito da capital argentina, adversário político da presidente. Ele teria beneficiado escolas privadas em detrimento das públicas, segundo o movimento. Os estudantes dizem que o prefeito investiu, ao longo deste ano, apenas 7% das verbas destinadas à infraestrutura das escolas públicas, ao mesmo tempo em que aumentou os subsídios para as escolas privadas.
As ocupações, que têm apoio de parte dos pais e de professores, estão forçando o cancelamento das aulas em 12% das 273 escolas públicas de ensino médio.
Na semana passada, a presidente do país disse que os alunos "não pedem demais", que estão corretos ao protestar e que atuam melhor do que alguns políticos. O número de colégios ocupados, que inicialmente era de 28 e já havia diminuído para cinco, saltou para 32 após a declaração de Cristina.
Macri diz que os alunos e os Kirchner usam as escolas para fazer política e que os investimentos em infraestrutura desde 2007, quando assumiu, já superam em 50% os do governo anterior.
A prefeitura da capital resiste em negociar com os estudantes e apresentou, há 12 dias, planos de reformas individuais para os colégios em piores condições. Os alunos consideraram a oferta insuficiente por contemplar apenas metade dos prédios com problemas.
Nesta semana, os estudantes e professores levaram os protestos também para as ruas e realizaram marchas e bloqueios no centro de Buenos Aires.
"Futuros piqueteiros" e as lembranças de uma resistência
O secretário municipal de Educação, Esteban Bullrich, acusou Cristina de estar incentivando futuros "piqueteiros".
A marcha também serviu para lembrar as atrocidades cometidas pela ditadura militar argentina. Na noite do dia 16 de setembro de 1976, dez estudantes secundários da cidade de La Plata foram sequestrados por forças policiais a serviço dos militares que comandavam o país. Alguns foram torturados e e outros foram dados como desaparecidos. Todos pertenciam à União dos Estudantes Secundários e haviam pedido ao Ministério de Obras Públicas a concessão de passagens de ônibus com desconto para estudantes. O episódio ficou conhecido como A Noite dos Lápis.
A marcha estudantil de hoje bloqueou a principal avenida de Buenos Aires, a 9 de Julho, e subdividiu-se pelas ruas paralelas.
Do Portal Vermelho, Luana Bonone, com Agência Brasil e Folha de S. Paulo
Desde as primeiras horas da noite de quinta-feira (16), milhares de estudantes secundários e universitários, além de professores, sindicalistas e representantes de vários partidos políticos, paralisaram Buenos Aires com uma gigantesca marcha que percorreu o centro da cidade e se concentrou diante da Casa Rosada, sede do governo argentino.
Levando bandeiras, estandartes e tocando tambores, os manifestantes reivindicaram a atenção da prefeitura e do governo argentinos para reformas físicas nos estabelecimentos estudantis e a melhoria dos salários dos professores, além de escola pública gratuita para todos.
Favorecimento do ensino privado em detrimento do público
Os estudantes exigem a renúncia do prefeito da capital argentina, adversário político da presidente. Ele teria beneficiado escolas privadas em detrimento das públicas, segundo o movimento. Os estudantes dizem que o prefeito investiu, ao longo deste ano, apenas 7% das verbas destinadas à infraestrutura das escolas públicas, ao mesmo tempo em que aumentou os subsídios para as escolas privadas.
As ocupações, que têm apoio de parte dos pais e de professores, estão forçando o cancelamento das aulas em 12% das 273 escolas públicas de ensino médio.
Na semana passada, a presidente do país disse que os alunos "não pedem demais", que estão corretos ao protestar e que atuam melhor do que alguns políticos. O número de colégios ocupados, que inicialmente era de 28 e já havia diminuído para cinco, saltou para 32 após a declaração de Cristina.
Macri diz que os alunos e os Kirchner usam as escolas para fazer política e que os investimentos em infraestrutura desde 2007, quando assumiu, já superam em 50% os do governo anterior.
A prefeitura da capital resiste em negociar com os estudantes e apresentou, há 12 dias, planos de reformas individuais para os colégios em piores condições. Os alunos consideraram a oferta insuficiente por contemplar apenas metade dos prédios com problemas.
Nesta semana, os estudantes e professores levaram os protestos também para as ruas e realizaram marchas e bloqueios no centro de Buenos Aires.
"Futuros piqueteiros" e as lembranças de uma resistência
O secretário municipal de Educação, Esteban Bullrich, acusou Cristina de estar incentivando futuros "piqueteiros".
A marcha também serviu para lembrar as atrocidades cometidas pela ditadura militar argentina. Na noite do dia 16 de setembro de 1976, dez estudantes secundários da cidade de La Plata foram sequestrados por forças policiais a serviço dos militares que comandavam o país. Alguns foram torturados e e outros foram dados como desaparecidos. Todos pertenciam à União dos Estudantes Secundários e haviam pedido ao Ministério de Obras Públicas a concessão de passagens de ônibus com desconto para estudantes. O episódio ficou conhecido como A Noite dos Lápis.
A marcha estudantil de hoje bloqueou a principal avenida de Buenos Aires, a 9 de Julho, e subdividiu-se pelas ruas paralelas.
Do Portal Vermelho, Luana Bonone, com Agência Brasil e Folha de S. Paulo
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